quinta-feira, 5 de maio de 2011

Tradução livre da resenha de René Girard sobre o filme "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson

Atendendo a um pedido do meu pai, segue abaixo a tradução que fiz de um texto do antropólogo francês René Girard. Serve como reflexão para a Semana Santa.



Sobre a “Paixão de Cristo”, de Mel Gibson*

René Girard

Esta resenha foi publicada originalmente na Le Figaro Magazine, em março de 2004, com o título “A propósito do filme de Mel Gibson, A Paixão de Cristo”. A publicação do texto coincidia com o lançamento de A Paixão de Cristo na França.
Bem antes ainda do lançamento comercial de seu filme, Mel Gibson organizara exibições privadas para importantes jornalistas e líderes religiosos. Se calculava atrair a boa-vontade dos convidados, ele calculou mal; ou, talvez, ao contrário, tenha manifestado um maquiavelismo superior.

Os comentários logo apareceram e, longe de louvar o filme ou tranqüilizar o público, o que se viu foram aterrorizantes vituperações e gritos angustiados de alarme em relação à violência anti-semita que poderia eventualmente eclodir ao fim das sessões. Mesmo o New Yorker, tão cioso do humor sereno do qual raramente abre mão, perdeu completamente a compostura e, da maneira mais séria, acusou o filme de ser mais afeito à propaganda nazista do que qualquer outra produção cinematográfica desde a Segunda Guerra.

Nada justifica tais acusações. Para Mel Gibson, a morte de Cristo é um fardo carregado por toda a humanidade, a começar pelo próprio diretor. Quando o filme se afasta um pouco do texto dos Evangelhos, o que só raramente acontece, não é para demonizar os judeus, mas para enfatizar a misericórdia que Jesus inspira a alguns deles: a Simão de Cirene, por exemplo, cujo papel é amplificado; ou a Verônica, a mulher que, de acordo com uma antiga tradição, ofereceu uma veste a Jesus durante a subida ao Gólgota, veste em que ficaram gravadas as marcas do rosto do Salvador.

Quanto mais as coisas esfriam, mais fica claro, em retrospecto, que o filme precipitou uma verdadeira histeria nos meios de comunicação mais influentes do mundo, contaminando relativamente toda a atmosfera ao redor. O público nada tinha a ver com a controvérsia, já que não havia visto o filme. Pode-se especular com evidente curiosidade o que há nessa Paixão para ter provocado tamanho pânico entre aqueles que, normalmente, são difíceis de chocar. O que se seguiu era fácil de prever: em lugar das 2.600 exibições originalmente planejadas, A Paixão de Cristo estreou com mais de 4.000 exibições na Quarta-Feira de Cinzas – data escolhida, evidentemente, por seu simbolismo penitencial.

A acusação de anti-semitismo diminuiu um pouco desde o lançamento do filme. Mas os seus detratores fizeram nova reclamação, dessa vez sobre a violência excessiva que viram no filme. Há, de fato, muita violência, mas ela não ultrapassa, parece-me, a violência de outros filmes que os críticos de Mel Gibson jamais sonhariam condenar. Essa Paixão sacudiu (sem dúvida, apenas provisoriamente) o terreno das reações midiáticas concernentes à violência nos filmes. Todos aqueles normalmente acostumados à violência espetacular, ou mesmo os que chegam a ver em sua constante evolução tantas vitórias da liberdade sobre a tirania, ora a condenam no filme de Gibson com extraordinária veemência. Por outro lado, todos aqueles que tomam por tarefa sua condenar a violência nas telas (sem que suas críticas causem sequer o mínimo impacto) não apenas toleram o filme, mas freqüentemente admiram-no.

Para justificar sua atitude, os detratores tomam de empréstimo de seus adversários todos os argumentos que denunciam como excessivo ou ridículo quando articulados por aqueles. Eles lamentam que essa Paixão irá “dessensibilizar” os jovens, tornando-os viciados em violência e incapazes de apreciar os verdadeiros refinamentos de nossa cultura. Mel Gibson é tratado como um “pornógrafo” da violência, quando, na realidade, ele é um dos raros cineastas a não misturar sistematicamente (ao menos no filme em questão) erotismo com violência.


Certos críticos levam a imitação a seus adversários ao ponto de misturar religião às suas diatribes. Apontam a “impiedade” do filme; chegam mesmo a acusá-lo – pasmem! – de “blasfemo”.

Essa Paixão, em suma, provocou uma surpreendente inversão de posicionamento entre adversários que, por tanto tempo, usaram os mesmos argumentos uns contra os outros. Tal dupla abjuração reproduz-se com tanta naturalidade que chega a parecer um balé, tanto mais elegante quanto mais inconsciente.

Qual é a força invisível, embora suprema, que manipula todos esses críticos sem que se dêem conta? Acredito que seja a Paixão ela mesma. E, a quem objete que a Paixão foi filmada inúmeras vezes sem provocar tamanhas indignação ou admiração (embora atualmente a admiração seja mais discreta que a crítica negativa), eu responderia que nunca antes a Paixão foi filmada com o realismo implacável de Mel Gibson.

Foi o estilo açucarado de Hollywood que primeiro dominou o cinema religioso, representando um Jesus de cabelos tão louros e olhos tão azuis que jamais poderia ser submetido aos abusos dos soldados romanos. Nos últimos anos, houve Paixões mais realistas, mais ainda assim pouco efetivas, pois que embelezadas com espúria audácia pós-moderna, preferencialmente de natureza sexual, com a qual os diretores pretendiam apimentar os Evangelhos, tidos por eles como insuficientemente escandalosos. Não perceberam que, ao sacrificá-la diante do estereótipo da “revolta”, eles tornaram a Paixão insípida e banal.

2.
Para restaurar na Crucificação toda a sua força escandalosa, basta filmá-la como ela é, sem acrescentar-lhe ou subtrair-lhe nada. Mel Gibson foi bem-sucedido nessa tarefa? Não inteiramente, mas ele chegou perto o suficiente para despertar medo em todos os conformistas.

O argumento principal contra o qual já falei consiste em acusar o filme de não ser fiel ao espírito dos Evangelhos. É verdade que os Evangelhos simplesmente enumeram todas as crueldades sofridas por Jesus, sem chegar a descrevê-las em detalhes e fazer com que víssemos a Paixão “como se lá estivéramos”.

Isso é perfeitamente correto, mas tomar a escassez e concisão do texto dos Evangelhos por um argumento contra o realismo de Mel Gibson é evadir-se da história. Significa não enxergar que, no primeiro século d.C., uma descrição realista no sentido moderno do termo não poderia ser feita, pois ainda não fora inventada. Mais provável é que o primeiro impulso no desenvolvimento do realismo ocidental tenha vindo, justamente, da Paixão. Os autores dos Evangelhos não rejeitaram deliberadamente uma possibilidade que não existia em seu tempo. Fica claro que, longe de evitar o realismo, eles pretendiam criá-lo, faltando-lhes apenas os meios para tanto. As narrativas da Paixão contêm mais detalhes concretos que as de todos os trabalhos conhecidos da época. Elas representam um primeiro passo na direção do crescente realismo que define o dinamismo essencial de nossa cultura, no período de sua maior vitalidade. O primeiro impulso ao realismo é o desejo de fortalecer a meditação religiosa, que é essencialmente uma meditação sobre a Paixão de Cristo.

Professando seu desdém pelo realismo e pelo real ele próprio, a estética moderna distorceu completamente a interpretação da arte ocidental. Inventou uma separação entre a estética, de um lado, e a ciência e tecnologia, de outro, separação que só surgiu com o advento do modernismo (e modernismo talvez seja apenas um nome lisonjeiro para a nossa decadência). O desejo de ser fiel à realidade, de pintar as coisas como se lá estivéssemos, sempre triunfou no passado, produzindo ao longo dos séculos as obras-primas que Gibson admitiu tê-lo inspirado. Ouvi que ele mesmo menciona o nome de Caravaggio. Na mesma linha, poder-se-ia pensar em certos Cristos romanescos, nas crucificações espanholas, em Jerome Bosch, em todos os Cristos agonizantes...

Longe de desdenhar da ciência e da tecnologia, a grande arte da Renascença e da modernidade empregava todas as novas invenções a serviço de seu desejo por realismo. Longe de rejeitar a perspectiva e o trompe l’oeil, ela recebia tais coisas com paixão. Basta lembrar do Cristo morto de Mantegna...

Para entender o que Mel Gibson tentou fazer, devemos, parece-me, libertar-nos de todos os esnobismos modernistas e “pós-modernistas”, e pensar no cinema como estendendo e ultrapassando as técnicas do grande realismo literário e pictórico. Se as técnicas contemporâneas revelam-se incapazes de comunicar a emoção religiosa, é porque os grandes artistas precisam ainda transfigurá-las. A invenção dessas técnicas coincidiu com o colapso da espiritualidade cristã desde o início do Cristianismo.

Se os artistas da Renascença houvessem conhecido o cinema, será mesmo concebível que lhe torcessem o nariz? É essa tradição realista que Mel Gibson está tentando reavivar. O risco que assumiu consiste em utilizar ao máximo os incomparáveis recursos da técnica mais realista que jamais existiu, o cinema. Os riscos são proporcionais à ambição que caracteriza tal empreendimento, incomum atualmente, mas freqüente no passado.

Se se pretende realmente filmar a Paixão e a Crucificação, é óbvio que não basta mencionar os sofrimentos de Cristo em algumas poucas sentenças. Tais sofrimentos devem ser representados. Na tragédia grega, a representação direta da morte do herói era proibida; um mensageiro dizia ao público o que acabara de ocorrer. No cinema, já não é possível evitar o essencial. Excluir o flagelo ou a fixação na cruz por meio dos cravos, por exemplo, seria recuar no momento decisivo. Essas coisas horríveis devem ser representadas “como se estivéramos lá”. Deveríamos nos indignar se o resultado não se parece com uma pintura pré-Rafaelita?

Para além de um dado número de chicoteamentos, a flagelação romana significava a morte certa; era um modo de execução como qualquer outro, tão letal quando a crucificação. Mel Gibson a recorda no filme. A violência da flagelação de Cristo é tanto mais insuportável na medida em que é admiravelmente filmada, como, de fato, toda a obra.

Mel Gibson situa-se numa certa tradição mística da Paixão: “que gota de sangue você derramou por mim?” etc. Esses místicos tinham por missão imaginar os sofrimentos de Cristo da maneira a mais fiel possível, não para cultivar um espírito de vingança contra os judeus ou contra os romanos, mas para meditar sobre a nossa própria culpa.


Essa não é, claro está, a única atitude possível diante da Paixão. E certamente poderia haver um mau, tanto quanto um bom, uso do filme. Mas não se pode condenar o empreendimento a priori; não se pode fechar os olhos e acusar Gibson de fazer da Paixão algo que ela não é. Em toda a história do Cristianismo, ninguém jamais tentou representar a Paixão como ela deve ter ocorrido realmente.

No cinema onde vi o filme, a projeção foi precedida por três ou quatro “atrações vindouras”, repletas de violência nitidamente tola, sardônica, permeada de insinuações sadomasoquistas, sem qualquer interesse religioso, narrativo, estético ou simplesmente humano. Como podem aqueles que consomem diariamente tais abominações, que comentam sobre elas, que falam delas aos amigos, ficar chocados com o filme de Mel Gibson? Isso está além da minha compreensão.

3.
Devemos começar por absolver o filme da absurda acusação de “ter ido longe demais”, de “ter exagerado gratuitamente os sofrimentos de Cristo”. Como se pode exagerar os sofrimentos de um homem que teve de suportar, uma após a outra, as duas torturas mais penosas inventadas pela crueldade romana?

Uma vez reconhecida a legitimidade do empreendimento no atacado, pode-se lamentar, no varejo, que Mel Gibson tenha lançado mão de uma maior quantidade de violência do que a requerida pelo texto dos Evangelhos. Ele faz a brutalidade contra Jesus ter início logo após a sua prisão, o que não consta dos Evangelhos. Nem que fosse apenas para privar seus críticos de um argumento capcioso, o diretor poderia ter sido aconselhado, creio, a ater-se ao essencial. O efeito geral teria sido igualmente poderoso, e o filme não teria se exposto às acusações hipócritas de cumplicidade com o gosto contemporâneo pela violência.

Qual é a fonte do incrível poder evocativo que as representações mais fiéis da Paixão produzem na maioria das pessoas? Creio que há um nível antropológico de descrição nos Evangelhos que não é especificamente judeu, romano ou mesmo cristão. É a dimensão coletiva do evento que faz dele aquilo que ele é em essência: um fenômeno de multidão.

Uma das coisas que o Pilatos de Mel Gibson diz à multidão não está nos Evangelhos, mas parece-me fiel ao seu espírito: “Cinco dias atrás vocês queriam fazer desse homem o seu rei e agora vocês querem matá-lo”. Trata-se de uma alusão à triunfal recepção a Jesus no domingo anterior à crucificação, conhecido no calendário litúrgico como Domingo de Ramos. A multidão que, em triunfo, recebe Jesus é a mesma que clama por sua morte cinco dias depois. Mel Gibson está correto, acho eu, em enfatizar a súbita reviravolta da multidão, sua cruel inconsistência e surpreendente volatilidade. Todas as multidões no mundo passam facilmente de um extremo a outro, da adulação apaixonada ao ódio e desejo de destruição daquele mesmo indivíduo solitário que antes bajulavam. Além disso, há um grande texto bíblico que assemelha-se à Paixão em mais aspectos do que geralmente se imagina: o livro de Jó. Depois de ter sido líder de seu povo por muitos anos, Jó é brutalmente rejeitado por esse mesmo povo, que o ameaça de morte via três representantes chamados sempre (de maneira grotesca) de “amigos de Jó”.

A essência de uma multidão excitada e aterrorizada é não acalmar-se até que seu apetite por violência seja satisfeito mediante a escolha de uma vítima cuja identidade normalmente pouco importe. Pilatos tem plena consciência disso, pois, na qualidade de administrador, é experiente na arte de controlar multidões. De início, ele propõe à multidão a crucificação de Barrabás em lugar de Jesus. Após o malogro desse astuto método, ao qual sem dúvida apelou tarde demais, Pilatos ordena que Jesus seja chicoteado, na esperança de satisfazer a um baixo custo, por assim dizer, o apetite por violência que é característica essencial daquele tipo de turba.


Se Pilatos assim o procede, não é por ser mais humano que os judeus, nem, necessariamente, graças à sua mulher. A explicação mais provável é que, para ser bem considerado em Roma, que se orgulhava de haver imposto a pax romana a todas as regiões, um servidor público romano preferiria sempre uma execução tranqüila e legal a uma execução imposta pela turba.

De um ponto de vista antropológico, não há nada de especificamente judeu na Paixão. É um fenômeno de multidão que obedece às mesmas leis de todos os fenômenos de multidão. Uma observação cuidadosa detectará fenômenos equivalentes nos numerosos mitos de fundação que recontam o nascimento de religiões arcaicas e antigas.

Penso que todas as religiões radicam-se em alguma violência coletiva análoga àquela descrita ou sugerida, não apenas nos Evangelhos ou no livro de Jó, mas também nas canções do Servo Sofredor no Segundo Isaías, assim como em diversos Salmos. Cristãos e judeus pios recusaram-se erroneamente a refletir acerca de tais semelhanças entre seus livros e mitos sagrados. Uma comparação atenta revela que, para além dessas semelhanças, mas também por causa delas, podemos observar uma diferença, ao mesmo tempo sutil e imensa, entre, por um lado, o mítico e, por outro, o judaico e o cristão, que torna estes últimos incomparáveis no que diz respeito à verdade mais objetiva. Ao contrário dos mitos – que adotam sistematicamente o ponto de vista da turba contra a vítima, porque são concebidos e contados pelos linchadores e, portanto, sempre vêem a vítima como culpada (como na incrível combinação de parricídio e incesto da qual Édipo é acusado) –, nossas Escrituras, os grandes textos bíblicos e cristãos, absolvem a vítima em face da turba, e é precisamente isso o que fazem os Evangelhos no caso de Jesus. É o que Mel Gibson mostra.


Enquanto os mitos repetem incessantemente as ilusões homicidas e persecutórias das multidões (sempre análogas às da Paixão), porque tais ilusões satisfazem a comunidade e fornecem um ídolo em torno da qual ela pode se reunir, os melhores textos bíblicos, culminando nos Evangelhos, revelam o caráter verdadeiramente enganador e criminoso dos fenômenos de multidão, sobre os quais se fundamentam as mitologias do mundo.

Na minha visão, há duas atitudes principais na história humana: há a mitológica, que tenta dissimular a violência, porque, em última instância, é sobre a violência injusta que as comunidades humanas se fundam. Isso é o que todos fazemos quando cedemos aos nossos instintos. Tentamos cobrir a nudez da violência humana com o manto de Noé. E desviamos o olhar, se necessário, para não nos expormos à força contagiosa da violência.

Essa atitude é por demais universal para ser condenada. Ela é, de fato, a atitude dos grandes filósofos gregos, de Platão em particular, que condena Homero e todos os poetas por terem tomado a liberdade de descrever em suas obras a violência que os mitos atribuem aos deuses da cidade. O grande filósofo vê nessa descarada revelação uma fonte de desordem, um grande perigo para toda a sociedade.

4.
Essa é, certamente, a atitude religiosa mais amplamente compartilhada, a mais normal, a mais natural ao homem. E hoje ela é mais universal do que nunca, pois os crentes modernizados, cristãos e judeus, adotaram-na ao menos parcialmente.

A outra atitude é muito mais rara; é mesmo única. Ela só é encontrada nos grandes momentos de inspiração bíblica e cristã. Não consiste numa casta dissimulação, mas, ao contrário, na revelação da violência em toda a sua injustiça e delírio, onde quer que se possa observá-la. Essa é a atitude do livro de Jó, e é a atitude dos Evangelhos. Trata-se da mais corajosa entre as duas atitudes e, a meu ver, a maior. É a atitude que nos permitiu descobrir a inocência da maioria das vítimas que mesmo as pessoas mais religiosas ao longo da história não cessaram de perseguir e matar. Ela é a inspiração comum do Judaísmo e do Cristianismo, e a chave, espera-se, de sua futura reconciliação. Ela versa sobre a inclinação heróica que consiste em elevar a verdade acima até da ordem social. É a tal empreitada, parece-me, que o filme de Mel Gibson esforça-se por ser fiel.







* Texto traduzido livremente para o português a partir da versão em inglês feita por Robert Doran, e publicada no volume X, número 1 da revista Anthropoetic – The Journal of Generative Anthropology (ver aqui).

2 comentários:

  1. Girard, brilhante como sempre. Um texto impecável. E a verdade do texto é confirmada pela própria perseguição sofrida pelo Mel Gibson depois de fazer o filme. De ator de sucesso ele se tornou praticamente uma persona non grata nos meios cinematográficos e na imprensa mundial. Não foi literalmente crucificado, evidentemente, mas devidamente humilhado e anatematizado.

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  2. Muito brilhante esta proposta. Mel Gibson fez um trabalho fabuloso com A Paixão de Cristo é um grande grande filme, sem hesitação, embora muito cruel e triste para o meu gosto. Este filme me lembra Ressurreição, uma adaptação interessante centrado na ressurreição de Cristo, do ponto de vista de um ateu. Adicionando o contexto romano essencial, então temos uma natureza sugestiva com uma gama infinita de decisões e reações que não diferem da nossa percepção emocional. Um roteiro decente por Kevin Reynolds, que também atua como diretor. Além disso, ressuscitado poderia servir como uma sequela de A Paixão de Cristo.

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