Este post tem como base um artigo do filósofo e jornalista Olavo de Carvalho - o primeiro (e, por muito tempo, o único) jornalista no Brasil a falar em Foro de São Paulo -, intitulado "O Perigo sou Eu". Aproveitando a estrutura inicial daquele texto, e acrescentando-lhe mais dados e referências, o resultado é o que se segue. Esclareço que as fontes de informação utilizadas aqui são públicas, veiculadas pela imprensa, e acessíveis a qualquer pessoa. Logo, nenhuma informação foi inventada. O que fiz foi simplesmente estabelecer conexões entre os fatos. As conclusões ficam para o leitor. Eu já tirei as minhas. E, ao contrário do que diz Dilma Roussef, penso que o povo merece saber dessas coisas. Mais ainda, penso que o povo precisa saber. Todos precisamos saber que tipo de relações o governo de nosso país - um governo que pretende continuar, no mínimo, por mais 4 anos - mantém com as FARC. Caso contrário, a democracia não será mais que uma palavra bonita.
§1. Abril de 2001: o traficante Fernandinho Beira-Mar confessa que compra e injeta no mercado brasileiro, anualmente, duzentas toneladas de cocaína das FARC em troca de armas contrabandeadas do Líbano.
§2. Novembro de 2001: “Um documento elaborado pela Operação Cobra (sigla para Colômbia-Brasil) da Polícia Federal, encarregada de desarticular o narcotráfico na fronteira da Amazônia brasileira, identifica bases de produção de cocaína sob o domínio das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)... Chamadas de complexos (conjunto de laboratórios de refino), as bases produzem mensalmente, segundo o relatório, cerca de 45 toneladas do cloridrato de cocaína. A droga partiria em aviões de pistas clandestinas na Colômbia para Europa e os Estados Unidos e até para o Brasil. ‘Não temos mais dúvidas das relações das FARC com o narcotráfico. A guerrilha tem o comando das drogas e isso é uma ameaça para a fronteira brasileira’, afirma o delegado Mauro Spósito, coordenador da Operação Cobra’”. (Reportagem na Folha Online de 11/11/2001. Ler na íntegra).
§3. Dezembro de 2001: O Foro de São Paulo, coordenação do socialismo latino-americano, sob a presidência do Sr. Luís Inácio Lula da Silva, lança um manifesto de apoio incondicional às FARC, no qual classifica como “terrorismo de Estado” as ações militares do governo colombiano contra essa organização. Diversos partidos políticos e organizações latino-americanas subscrevem o documento, entre elas o PT (ver “Resolução de Condenação ao Plano Colômbia e apoio ao povo colombiano”, no Xº Encontro do Foro de São Paulo, ocorrido em dezembro de 2001 em Havana, Cuba. Ver o §19 abaixo.
§4. Maio de 2002: “Apreensão de 62 quilos de cocaína revela a rota das FARC para enviar a droga da Colômbia ao Brasil. Até a semana passada, o traficante carioca Fernandinho Beira-Mar, preso no Rio de Janeiro, era o principal exemplo da ligação entre o narcotráfico no Brasil e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a guerrilha que mantém o país vizinho em guerra civil. Beira-Mar foi preso há um ano pelo Exército colombiano, quando comprava cocaína das FARC. Na tarde da quinta-feira, uma operação da Polícia Federal no porto da cidade amazonense de Tefé estabeleceu um novo elo dessa conexão. Os policiais apreenderam 62 quilos de cocaína fornecidos a brasileiros pelo comandante Rafael Oyola Zapata, o principal líder das FARC na Amazônia colombiana, com um quartel-general em Puerto Santander, às margens do Rio Caquetá. Depois de ‘batizada’, isto é, misturada a ingredientes pouco nobres, essa remessa renderia uns 180 quilos, já com destino certo: os consumidores de Fortaleza, do Recife e do Rio de Janeiro” (Revista Época).
§5. Outubro de 2002: Ao vivo na televisão, Lula dá um cala-boca no jornalista Boris Casoy, ao ser perguntado sobre um suposto eixo Lula-Castro-Chavez. Em tom intimidador, Lula se dirige a Casoy: “tem certas coisas que é melhor você nem ficar falando”. Notem que, em seguida, Lula tenta desviar o assunto: "Houve um tempo em que havia uma aliança do mal aqui, que era Collor, Menen, Fujimori e Salinas". Ora, ora. Será o mesmo Collor que é apoiado agora pelo mesmo Lula? Confiram o jingle da campanha do Collor nesse ano. E aqui a entrevista de Lula a Boris Casoy. Ver §14 abaixo.
§6. Outubro de 2002: O PT, através do assessor para assuntos internacionais da campanha eleitoral de Lula, Giancarlo Summa, afirma em nota oficial que o partido nada tem a ver com as FARC e que o Foro de São Paulo é apenas “um foro de debates, e não uma estrutura de coordenação política internacional”. Noto que este “foro de debates” emitia resoluções ao final dos encontros, o que não costuma acontecer em eventos dedicados a debates e conversas. Ver §3 acima e §13 e §23 abaixo.
§7. Outubro de 2002: Em entrevista ao jornal francês Le Monde (1/10/2002), Lula confessa que a eleição era apenas “uma farsa necessária para se chegar ao poder”. Segue-se trecho da reportagem original:
Le Monde: La gauche brésilienne aux marches du pouvoir
“En privé, Lula, âgé de 56 ans, pense tout haut que l'élection est une farce et qu'il faut en passer par là pour prendre le pouvoir. D'où, entre autres innovations difficilement digérées par les ultras du parti, sa décision de confier l'organisation de sa campagne au gourou national du marketing politique, Duda Mendonça”
§8. Outubro de 2002: Paralelamente, o assessor de Lula para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia (aquele mesmo do “top top” e “fuc fuc” quando da explosão do avião da TAM, lembram? Se não lembram, revejam), declarava ao jornal argentino La Nación: “A impressão de que o PT foi para o centro surge do fato de que tivemos de assumir compromissos que estão nesse terreno. Isso implica que teremos de aceitar inicialmente algumas práticas. Mas isso não é para sempre” (Confira aqui). Vale relembrar um pouco as visões políticas de Garcia. Na revista Teoria e Debate (São Paulo, julho/dezembro de 1990, nº 12. Extrato do artigo “Terceira Via: a social-democracia e o PT”), Marco Aurélio Garcia descreve seu partido político, o PT, como “radical, de esquerda, socialista”. Em um artigo que escreveu sobre o Manifesto Comunista de Karl Marx, Garcia conclui: “A agenda é clara. Se o horizonte que buscamos é o comunismo, é hora de reconstruí-lo” (Aurélio Garcia, Marco. Teoria e Debate, 26 de janeiro de 2001, nº 36: “O Manifesto e a refundação do comunismo”).
§9. Março de 2003: O governo petista recusa-se a classificar as FARC como organização terrorista, conforme solicitava o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe. Siga o link. Até hoje (julho de 2010), a posição do PT se mantém igual quanto a esta questão.
§10. Maio de 2003: “A polícia apreendeu 15 quilos de cocaína, ontem, na favela Beira-Mar, reduto do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. O símbolo das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), grupo guerrilheiro com quem ele trocava cocaína por armas, estava na embalagem da droga”. (O Estado de São Paulo).
§11. Agosto de 2003: Raul Reyes, comandante das FARC, concede entrevista à Folha de São Paulo. Segue um pequeno trecho:
Folha de S.Paulo - O sr. conheceu Lula?
Reyes - Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi em San Salvador, em um dos Foros de São Paulo.
Folha - Houve uma conversa?
Reyes - Sim, ficamos encarregados de presidir o encontro. Desde então, nos encontramos em locais diferentes e mantivemos contato até recentemente. Quando ele se tornou presidente, não pudemos mais falar com ele.
(...)
Reyes – As FARC têm contatos não apenas no Brasil com distintas forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais...
Folha – O senhor pode nomear as mais importantes?
Reyes – Bem, o PT, e, claro, dentro do PT há uma quantidade de forças; os sem-terra, os sem-teto, os estudantes, sindicalistas, intelectuais, sacerdotes, historiadores, jornalistas...
Folha – Quais intelectuais?
Reyes – [O sociólogo] Emir Sader, Frei Betto [assessor especial de Lula] e muitos outros.
*Ler entrevista na íntegra aqui
** Em seu programa de televisão, Chavez contou como conheceu Lula e Raúl Reyes num encontro do Foro de São Paulo em 1995. Assistam (Chavez dá com a língua nos dentes por volta do 3m17s de vídeo).
§12. Março de 2005: Estoura o escândalo dos cinco milhões de dólares das FARC que um agente dessa organização, o falso padre Olivério Medina, afirmou ter trazido para a campanha eleitoral do PT. Um funcionário da ABIN esteve presente no churrasco entre militantes petistas e Olivério Medina, no qual este último entregava o serviço. O assunto é investigado superficialmente e logo desaparece do noticiário (reportagem na Veja de 16 de março de 2005).
§13. Julho de 2005: Discursando no 15º aniversário do Foro de São Paulo, o Sr. Luís Inácio Lula da Silva entra em contradição com o §6 acima, confessando que o Foro é uma entidade secreta, “construída para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política”, que essa entidade interferiu ativamente no plebiscito venezuelano e que ali, em segredo, ele próprio tomou decisões de governo junto com Chávez, Fidel Castro e outros líderes esquerdistas, sem dar ciência disto ao Parlamento ou à opinião pública. Confira. Ver §25 abaixo.
§14. Dezembro de 2005: Boris Casoy é demitido da Record, segundo ele por pressão do governo do PT, através de participação ativa de Zé Dirceu. Recorde-se o §5 acima. Confiram entrevistas aqui e também aqui.
§15. Abril de 2006: o chefe da Delegacia de Entorpecentes da PF do Rio, Vítor Santos, informa ao jornal O Dia que “dezoito traficantes da facção criminosa Comando Vermelho – entre eles pelo menos um da Favela do Jacarezinho e outro do Morro da Mangueira – vão periodicamente à fronteira do Brasil com a Colômbia para comprar cocaína diretamente com guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Os bandidos são alvo de investigação da Polícia Federal. Eles ocuparam o espaço que já foi exclusivo de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar”.
§16. Maio de 2006: No dia 12, o PCC em São Paulo lança ataques que espalham o terror entre a população. Posteriormente, em 27 de dezembro, seria a vez do Comando Vermelho fazer o mesmo no Rio de Janeiro.
§17. Julho de 2006: o Supremo Tribunal Federal, sob pressão de um vasto movimento político orquestrado pelo PT, concede asilo político ao falso padre Olivério Medina, agente das FARC no Brasil. Ver §12 acima.
§18. Dezembro de 2006: Ângela Maria Slongo, mulher de Olivério Medina, é nomeada pelo ministro da Pesca, Altemir Gregolin, para o cargo de oficial de gabinete II. Quando Ângela foi nomeada pelo Palácio do Planalto – lembre-se que o Ministério da Pesca é ligado diretamente ao gabinete do presidente da República –, Olivério Medina estava preso em Brasília, a pedido da Colômbia, seu país de origem, onde era acusado de atos terroristas e assassinatos. Link. A solicitação do emprego para a mulher de Medina foi feita por Dilma Roussef, então ministra-chefe da Casa Civil e hoje candidata à reeleição de Lula. O documento, assinado por Dilma, pode ser lido aqui. Os e-mails das FARC revelados na reportagem da revista Cambio (ver §26 abaixo) mostram definitivamente que a contratação de Angela foi fruto de uma negociação política sigilosa entre o PT e as FARC (ver aqui).
§19. Janeiro de 2007: Em reunião do Foro de São Paulo em San Salvador (El Salvador), as FARC fazem os maiores elogios ao PT por ter salvo da extinção o movimento comunista latino-americano por meio da fundação do Foro. Leiam a carta. Versão em português no jornal Pravda. Ver §3 e §6 acima.
§20. Maio de 2007: o juiz Odilon de Oliveira, de Ponta-Porã, divulga provas de que as FARC atuam no território nacional treinando bandidos do PCC e do Comando Vermelho em técnicas de guerrilha urbana. Confira.
§21. Agosto de 2007: Nos vídeos preparatórios de seu 3º Congresso Nacional, o PT admite, pela primeira vez de forma tão explícita, que seu objetivo é eliminar o capitalismo e implantar no Brasil um regime socialista. No mesmo vídeo, o PT fornece ainda um segundo desmentido às declarações de Giancarlo Summa (ver os §6 e §13 acima), ao confessar que o Foro de São Paulo é “um espaço de articulação estratégica”. Assista. Nota: Volta e meia, o PT consegue remover esse vídeo do YouTube. Já tive que corrigir o link diversas vezes, já que, por sorte, alguma boa alma guardou o vídeo e o recoloca no YouTube sempre que preciso. Contra a censura petista, só nos resta a persistência.
§22. Agosto de 2007: A Polícia Federal, por ordem do governo, deporta os atletas cubanos Erislandy Lara, de 24 anos, e Guillermo Rigondeaux, de 25, que abandonaram a delegação do Pan, fugindo da ditadura de Fidel Castro. Comparar com o §17 acima e o §27 abaixo.
§23. Setembro de 2007: Lula oferece o território brasileiro como sede para um encontro entre Hugo Chávez e os comandantes das FARC. Leia aqui. Remeter aos §3, §6 e §19 acima. Neste vídeo, Chávez conta como conheceu Lula e Raúl Reyes (ex-comandante das FARC, morto pelo exército colombiano) em um encontro do Foro de São Paulo.
§24. Outubro de 2007: No programa "Provocações", apresentado por Antonio Abujamra, José Dirceu, ao ser perguntado se poderia ter previsto o espantoso avanço da esquerda na América Latina, responde: "Prever não. Mas nós já lutávamos e trabalhávamos por isso. Inclusive porque nós criamos o Foro de São Paulo, que lutava para isso..." (ver aqui).
§25. Dezembro de 2007: No dia 6, em discurso de encerramento do Encontro de Governadores da Frente Norte do MERCOSUL, em Belém do Pará, Lula foi ainda mais explícito do que em seu discurso de julho de 2005 (ver §13 acima). Ele simplesmente narra como participou da fundação do Foro de São Paulo e como esta organização, da qual foi o primeiro presidente, se tornou, a partir de 1990, o comando estratégico da esquerda no continente. Com orgulho, Lula fala ainda que o Foro mudou o curso da história na América Latina, não apenas salvando da extinção o movimento comunista internacional mas entregando a ele o poder sobre várias nações e abrindo caminho para a sua expansão ilimitada. Leia o discurso na íntegra.
§26. Julho de 2008: A revista colombiana Cambio publica reportagem dizendo que a presença das FARC no Brasil atinge até as altas esferas do governo brasileiro. A conclusão foi tirada de e-mails encontrados no computador do ex-porta-voz internacional das FARC, Raúl Reyes (ver §11 acima). Nos e-mails de Reyes – cujo nome verdadeiro era Luis Edgar Devia e que foi morto por tropas colombianas em solo equatoriano em primeiro de março – são mencionados “cinco ministros, um procurador-geral, um assessor especial da Presidência, um vice-ministro, cinco deputados, um vereador e um juiz superior” brasileiros. Os citados são: o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, a deputada distrital Erika Kokay, o chefe de Gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia (sempre ele!!!), o subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Perly Cipriano, o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, e o assessor presidencial Selvino Heck. Marco Aurélio Garcia desqualificou os e-mails, cuja autenticidade, no entanto, foi depois comprovada pela Interpol.
Matéria original da Revista Cambio
Matéria na Folha Online
Matéria no Globo
Ver também a matéria da revista colombiana El Tiempo
Só mais uma curiosidade. No conselho editorial da Revista America Libre – que é uma espécie de publicação oficial do Foro de São Paulo e foi fundada por Frei Betto, sendo atualmente dirigida por Emir Sader (ver §11 acima) – encontramos os nomes de Manuel Marulanda Vélez, vulgo “Tiro Fijo”, comandante e líder das FARC e de Gilberto Carvalho, nada mais nada menos do que o então chefe de Gabinete do Lula. Confira.
§27. Janeiro de 2009: Lula, através do Ministro da Justiça Tarso Genro, concede asilo político ao terrorista e assassino italiano Cesare Battisti. Comparar com os §17 e §22 acima.
§28. Junho de 2009: O presidente hondurenho Manuel Zelaya, cuja carreira política foi patrocinada por Hugo Chávez, é deposto legal e democraticamente – de acordo com a Constituição do país – por ter dado provas de que pretendia dar um golpe e se perpetuar no poder. Zelaya, é claro, mentiu, dizendo que nunca pretendeu a reeleição. Mas aqui está Zelaya propondo publicamente sua reeleição. O que fez o governo brasileiro, representando não os interesses nacionais, mas os interesses do eixo continental do Foro de São Paulo? Desprezou a soberania hondurenha e deu abrigo, na embaixada brasileira em Honduras, ao golpista deposto. Além disso, permitiu que Zelaya fizesse comício de dentro da embaixada, junto com seus correligionários armados. Quem estava com Zelaya e contra o governo interino de Honduras? Lula, Chávez, Morales, Correa, Ortega etc... Todos “companheiros” de Foro de São Paulo. O episódio foi marcante também pela atuação pusilânime de grande parte da imprensa, que, antes mesmo de consultar a Constituição Hondurenha, qualificou de imediato o evento como um “golpe de estado”, parecendo ter sido pautada por Hugo Chávez.
§29. Fevereiro de 2010: Lula visita Cuba e seu amigo Raúl Castro no mesmo dia em que um preso político, Orlando Zapata, morria ao protestar com uma greve de fome pelos maus tratos que os presos políticos cubanos (pacíficos, diga-se de passagem) vinham sofrendo. Lula, de maneira cínica, teve a cara de pau de colocar a culpa da morte na própria vítima, não esboçando qualquer mínimo ato de reprovação à ditadura cubana (ver aqui). Posteriormente, equiparou os presos políticos a presos comuns de Bangu I (ver aqui). Alguns presos políticos cubanos, agora exilados, querem que Lula peça desculpas. Vão esperar sentados, coitados. A foto que ilustra este post revela bem o clima de cordialidade entre velhos companheiros.
§30. Agosto de 2010: O PT responde com histrionismo e ameaças de processo às acusações do deputado Índio da Costa, candidato à vice-presidente na chapa de José Serra, de que o partido tem ligações com as FARC e o narcotráfico (ver post anterior sobre esse assunto). Ocorre que, na mesma semana em que assistimos a toda essa gritaria indignada, o PT fazia circular em seu site oficial o Documento-Base do XVIº Encontro do Foro de São Paulo, a realizar-se em Buenos Aires de 10 a 20 de agosto de 2010. No texto, os participantes do Foro protestam contra "a cruenta agressão armada de tropas colombianas, respaldadas pela tecnologia e pelos serviços de inteligência dos EUA, em território equatoriano, em Sucumbios, no dia 1º de março de 2008". Para o leitor desavisado, foi nesta data que o exército colombiano impôs uma dura derrota às FARC, ao matar um de seus principais líderes, Raul Reyes (o mesmo dos e-mails e da entrevista à Folha de São Paulo. Ver §11 e §25 acima). Ou seja, no momento mesmo em que nega de forma teatral as tais ligações com as FARC, o PT assina um documento prestando solidariedade aos narcoguerrilheiros, condenando o governo colombiano e lamentando a morte de Raul Reyes.
§31. Novembro de 2010: As FARC celebram a eleição de Dilma Roussef. Ver reportagem na Folha, Globo Online e Estadão.
§32. Julho de 2012: Em vídeo de encerramento do 18º encontro do Foro de São Paulo, Lula celebra as conquistas do Foro e dá apoio à reeleição de Hugo Chávez: "Em 1990, quando criamos o Foro de São Paulo, nenhum de nós imaginava que, em apenas duas décadas, chegaríamos onde chegamos. Naquela época, a esquerda só estava no poder em Cuba. Hoje, governamos [notem o uso da primeira pessoa do plural, que indica que é o Foro quem governa os países, e não seus presidentes de maneira soberana e independente] um grande número de países..." (ver aqui).
§33. Agosto de 2012: Ivan Pinheiro, secretário geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB), confessa em entrevista: “Nosso partido, o PCB, foi um dos fundadores do Foro de São Paulo há 25 anos, e este nasceu com uma maioria de organizações comunistas e revolucionárias. Inclusive as FARC são fundadoras também e participaram durante anos dos encontros do Foro, até serem expulsas sumariamente pelo PT, quando este assumiu a hegemonia do Foro, que detém até hoje, cada vez mais forte. Com o passar do tempo, o Foro de São Paulo foi mudando. Hoje, o Foro está mais preocupado com a governabilidade institucional de governos reformistas socialdemocratas e também com ganhar algumas eleições, como no Peru, que foi uma vitória do Foro de São Paulo, do PT no Brasil e o mesmo em El Salvador”. (ver aqui).
Parabéns pelo trabalho
ResponderExcluirHoje 2014, temos respostas para muitas das colocações acima o PT continua negando e teimando em continuar no poder enquanto o Brasil afunda a cada dia. Os bandidos soltos, e o digno Juiz Odilon de Oliveira
ResponderExcluirenclausurado defendendo as leis e um Brasil mais justo.